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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Grito de Alerta - Maria Bethânia - n.º 37

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 Primeiro você me azucrina, me entorta a cabeça
  Me bota na boca um gosto amargo de fel
  Depois vem chorando desculpas , assim meio pedindo
  Querendo ganhar um bocado de mel
  Não vê que então eu me rasgo
  Engasgo, engulo, reflito, estendo a mão
  E assim nossa vida é um rio secando
As pedras cortando, e eu vou perguntando: até quando?
  São tantas coisinhas miúdas, roendo, comendo
Amassando aos poucos com o nosso ideal
São frases perdidas num mundo de gritos e gestos
Num jogo de culpa que faz tanto mal
  Não quero a razão pois eu sei o quanto estou errada
O quanto já fiz dest ruir
Só sinto no ar o momento em que o copo está cheio
E que já não dá mais pra engolir
* Veja bem, nosso caso é uma porta entreaberta
Eu busquei a palavra mais certa
Vê se entende o meu grito de alerta
Veja bem, é o amor agitando meu coração
Há um lado carente dizendo que sim
E essa vida da gente gritando que não

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